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terça-feira, 17 de abril de 2012

O Vôo da Águia - Por Riselda Morais


Como a águia, vou
voando bem alto,
quem voa rasteiro
fica no asfalto

Nunca me contento
com onde cheguei
quero ir além
de onde alcancei

Quem voa em círculo
não sai do lugar
vôo em linha reta
cortando o ar

Como um projétil
a se movimentar
nessa velocidade
ela pode voar

Naquilo que busco
sou determinada
sempre vou além
da altura alcançada

Os olhos de águia
me permitem fitar
aquilo que eu  quero
e vou acertar

E lá das alturas
como rainha do ar
certeira mergulha
onde determinar

Se quer uma presa
ela vai buscar
caça sem surpresa
não há como errar

Em alto penhasco
a águia vai montar
um ninho de espinho
mas ela vai forrar

Com algo macio
para não incomodar
aos seu filhotes
enquanto lá morar

E como a águia
é mãe exemplar
nenhum predador
deixa se aproximar

Até o dia em que ela,
sem hesitar,
pega o filhote no bico
e o solta no ar

Mas se o filhote
não consegue voar
ela o toma nas asas
e dele volta a cuidar

Como filhote descobri
que podia voar,
deixei minha casa
fui para outro lugar

E quando estava
a me acostumar
tive que sair
me readaptar

Quando problemas
tenho que enfrentar
todas minhas forças
tenho que redobrar

E quando a tempestade
tenho que superar,
vôo de frente, sem vacilar
até a bonança, eu encontrar

Em vôo solitário
porém altaneiro
a águia se isola
no despenhadeiro

Eis que começa
a auto flagelação
e entra em processo
de auto-renovação

Em tudo que faço,
em meu  dia-a-dia
tal como a águia
se renovaria

Durante meus vôos,
em pensamentos
e fantasia, eis o poder
que me elevaria

E tal como a águia
esperta e precisa
eu me renovo
me mantenho viva!