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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Canarinho (Por:Riselda Morais)



Em casa, em Vila Matilde
Um pedacinho do mundo
De um sono profundo
Por ele eu fui despertada


Despertei encantada
Mas que linda melodia
O dia ainda nascia
O sol brilhante raiava


Enquanto eu acordava
Com o cantar do canarinho
Sorria e admirava,
levantei devagarzinho


Tão lindo ele cantava
E dançava em um pé só
Virava e me olhava
Nem ligava para o jiló


É a natureza nas casas
O canário erguia as asas
Estava longe do chão
Com alegria cantava


Eu o quis pegar na mão

Porém eu não poderia
Tampouco, ele sabia
De sua triste missão


Nascido em uma gaiola
A alegrar meu coração
Lamentei por seu destino
Filho da escravidão


Desejei naquela hora
Dar-lhe a libertação
Mas livre, não viveria
A tudo desconhecia


Vivendo com alegria
Dentro de uma cidade
Cruel naquele momento
Era dar-lhe a liberdade!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Inesquecível (Por: Riselda Morais)


Te encontrei em todos os lugares
Na terra, nas estrelas, nos ares!
Na inspiração de minha poesia
Na lembrança, na tristeza, na alegria!

Estavas nas ondas do mar
Nas sinuosas formas do rio
Na leveza do pássaro a voar
Na neblina acompanhada do frio

Quando toquei a pétala da rosa
Tão vermelha... Bem formosa
Na cor... encontrei o teu amor
Tua pele... era a pétala da flor

E o orvalho que a cobria
Era a lágrima que escorria
Em meu rosto desolado

Mesmo em dia ensolarado
Tão quente quanto à paixão
Que não estava ao meu lado
Mas que mora no coração!

Ao sentir a brisa do vento
Quem estava em meu pensamento
Era a sua respiração

Coloquei a mão na terra
Percebi então a guerra
presente em minha emoção

Te afastei da minha vida
Mas tua lembrança é querida
A saudade me é sofrida
Mas escolhi a razão
Se me encontro dividida
É porque te digo não

Então vi chegar à noite
O céu estava estrelado
Vi o brilho do teu olhar
Em cada ponto iluminado

Isso me fez concluir
Sofrer ao admitir
Que quanto mais
Mando-te embora
Mais te torno ser amado

Precisei tentar dormir
Para raiva então sentir
Que horrível sensação!
Como ousou invadir
A minha imaginação?

Respirei, busquei a calma
Tranqüilizei a minha alma
E cheguei à conclusão
Ao fechar a porta da casa
abri-te a do coração!

Fugindo de tua presença
Recebi como sentença
Esse grande desafio

Esquecer o inesquecível
Aceitar o inadmissível
E aprender a lição


Não importa o que diga a mente
o amor é uma semente
Que brota no coração

Mas não é compreensível
E não se faz entender
Resta aceitar o que sente
E esquecer o querer
Se o amor bater a porta
Deixe o coração atender!

11 de Setembro (Por: Riselda Morais)

Para uns, era apenas uma viagem;
para outros o começo de um dia de trabalho
em tempos comuns e com muito apreço,
a vida seguia seu curso,
até que o avião mudou o percurso
e nada mais era normal,
conspirado por um homem mal,
executado o plano do terror.
Como uma agulha perfurando um papel,
o avião cruzou o céu
e colidiu na primeira torre,
não passara o susto de quem viu,
um segundo avião eis que surgiu
e foi de encontro com a segunda torre;
um segundo estrondo se ouviu,
uma cena terrível se assistiu,
o ruir das gêmeas torres;
Via-se labaredas,
fumaça,
destruição...
Ouvia-se choro,
desespero,
lamentação
e no fim ao olhar para os escombros
a esperança de que restasse
uma fagulha de vida a ser salva
ainda era mais forte que o desespero e a surpresa.
Naquela manhã,
todos os povos olhavam na mesma direção;
uns entre lágrimas, outros em oração
e o terror que tanto destruiu,
naquele dia também ele uniu,
o mundo inteiro em um só coração,
dividindo a dor, o medo, a indignação;
Na admiração a ação do bombeiro,
que apesar de ter sido tão guerreiro,
foi fagulha que também se apagou,
mais de três mil vozes na terra se calaram
no céu como estrelas já brilharam,
e a tristeza por aqui reinou.
Meus olhos
fixaram naquela imagem,
custaram a acreditar
Minha voz
presa a garganta
Tentei falar,
saiu apenas um soluçar
As lágrimas
rolavam em meu rosto
Minhas mãos
trêmulas
Meus pensamentos:
Lá...
E meu coração
aflito,
Dilacerado
com tamanha dor!

Conspiração da Natureza


O espelho que retrata teu rosto
é a água do rio clara e transparente,
que vem da nascente, mas aqui parou,
por que com a tua beleza, ela se encantou
Ah! Amo o brilho dos teus olhos
vendo o sol se pôr,
bendigo os raios solares
que ao teu corpo dourou,
teu olhar distante
que por um instante
o céu contemplou!

Os pássaros voam,
fazem balé no ar
Ao som da sinfonia
do próprio cantar

No chão a semente
que você semeou
em agradecimento
a natureza conspirou,
armando um cenário
de beleza e cor
para te lembrar
de colher a flor
que você plantou,
nasceu em meu coração
com o nome de amor!

Vem colher a flor
que você plantou, amor!
Quero teus olhos nos meus,
quero sentir teu calor
Quero um abraço gostoso,
quero viver esse amor.

Quero teu corpo no meu/
nasceu com nome de amor/
Vem colher sua flor /
quero viver esse amor.

Saudade - Riselda Morais



As lágrimas molharam meu rosto
e a tristeza calou a minha voz
senti me faltar o ar,
o chão se abrir
vi a flor murchar,
deixei de sorrir
até o sol parou de brilhar
de saudade de ti.

Culpada - Riselda Morais

Enquanto vida eu tiver
Viverei para ser amada
E se amar for um crime
Condene-me, pois sou culpada


Mas não me condenes agora
Pois estou muito ocupada
Amando, a quem outrora
Deixou-me preocupada


Bravo com o que fiz
Ficou muito ofendido
Por um instante, pensei
Que o havia perdido


Porém, quando eu julgava
Que embora tivesse ido
Ele estava há um passo
Sorrindo e arrependido


Você me ama,
bem sei
Que te amo,
já é sabido
Se é para sempre,
não sei
Mas se tivesse partido
Do coração,
eu não sei
Mas de amor,
eu teria morrido!

Espelho D´Água - Riselda Morais



As flores caem
sobre o sinuoso rio
De águas claras
e transparente
Cobrindo o leito,
serena, livremente.


Curso natural,
Um único sentido
Do paraíso real,
rumo ao desconhecido


Fielmente espelhada,
uma linda colina
Refletida na água
pura, cristalina.


O pôr-do-sol brilhante
fez-se num instante
Em paisagem dourada

Ao som da passarada
Contemplo encantada,
A perfeição divina


Do dia que termina
tão belo,
tão mágico
que comparo ao amor
Que vem suavemente
rumo ao meu coração,
faz-se conhecido
Dá a vida um sentido,
desperta paixão
Chega de mansinho,
ganha meu carinho,
Enche-me de emoção.


Pensarei o amor
com a transparência da água
Sem lágrima, sem dor
sem medo e sem mágoa
Sempre que eu for
Ao espelho d’água
Quando o sol se puser
Uma estrela brilhar
Tocar uma flor
Ouvir um pássaro cantar
Ver um beija-flor
a terra ou o mar!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Tempo - Riselda Morais

O tempo é um instante,
um momento,
é constante,
é inconstante,
é elemento.

É idade, é estação,
É século, é ocasião;
são dias, são horas,
é sucessão, é período,
do compasso a duração.

Tem tempo simples e composto
Tempo firme e seguro
Tempo chuvoso,
nebuloso, escuro.

Tempo seco e ensolarado,
tempo bom e variado
Tem tempo que agente sente,
calor ou calafrio,
tudo depende do tempo,
se for quente, ou se for frio.

Há o tempo de ver chover
e o de ver o sol brilhar
Há o tempo de falar
e o de saber calar.

Há o tempo de nascer
e o tempo de viver
Há o tempo de crescer,
de aprender, compreender.

Há o tempo de sonhar
e o de realizar
O de sorrir, o de chorar;
de se divertir e de parar.

De caminhar
e o de descansar,
de ter e valorizar,
de perder e lamentar.

Há o tempo de lembrar
e também de esquecer
O de a saudade aumentar,
o de querer reviver.

O tempo em que se vai
e o tempo que se vem
O tempo que se perde
e o tempo que se tem

Tudo é questão de tempo,
basta usar como convém,
evitando o contratempo,
sempre o aproveito bem
Respeito o tempo dos outros
e respeito o meu também.

São Paulo - Por:Riselda Morais



São Paulo terra das cores
Do frio que inspira amores
Rainha da alegria
Princesa da poesia
Dama dos esplendores!


Terra de muita riqueza
Tem cultura, tem poder,
Tem muita gente bonita
Para jus a ti fazer,
Tem glamour e elegância,
Tem velhice e tem infância,
Tem bem e mal viver.


Tem também muita pobreza
Refletida em cada esquina
Onde a dor e a tristeza
É quem fala e domina
Descaso e corrupção
Tem gritos pega ladrão
Tem gangues e tem chacina.


Contrastando com a beleza
Tem lixo, tem impureza
Tem medo e insegurança
Tem também a esperança
De controlar a violência
Devolvendo a decência
Na vida do cidadão.


É uma cosmopolita
Que abraça o mundo inteiro
Tem sucesso, tem dinheiro!
Recebe todas as raças
A região metropolitana
E o maior centro comercial
Tem belos prédios, belas praças
E tem noites sem igual,
Esta cidade não pára
Aos astros ela se compara
É linda e fundamental.


Cidade desenvolvida
Imensa e tão querida
Por toda a população
Teu abraço é generoso
O teu povo é corajoso
Solidário e tem ação!


És a terra da garoa,
Mas te comparo a uma pessoa,
Que tem grande coração.
Fizeram-te colorida,
para transformar a vida,
com trabalho e educação.
Esta grandiosidade
É típico de uma cidade
Que é Brasil,
É uma nação!


Com bela arquitetura
onde o povo se mistura,
com valor e igualdade
com charme e simplicidade
Abraçam seus ideais,
praticam a solidariedade
ajudando a cidade,
com seriedade, boa vontade.
e riquezas culturais!

Carnaval - Por:Riselda Morais

Quando o grito do intérprete
na avenida ecoar,
soar a bateria,
o batuque estrondar
Entre nessa folia
e comece a sambar

Ponha-se a sambar e cantar
Que a escola vai entrar
libere sua energia
O carnaval está no ar

Deixa rolar a emoção
deixa o coração falar
que entre a comissão
de frente a se apresentar

Que se levante o povão
e dance até o sol raiar
carnaval é diversão
não dá para contrariar

Com muito samba no pé
a passista vai passar
Mestre sala e porta-bandeira
É para se ver e admirar

Com as mais lindas fantasias
no sambódromo a desfilar
repletos em alegria
os sambistas vão estar

Ao passar a bateria
Componentes vão recuar
Os carros, a alegoria
Idéias estão a mostrar

Alas em todas as cores
cores vivas a brilhar
noite de muitos amores
e caminhos a trilhar

Milhares de componentes
com um sonho a realizar
muita garra e muita fé
para o título conquistar

Se o desfile da escola
no tempo certo acabar
é motivo de alegria
justo seja quem julgar!